sábado, 25 de janeiro de 2014

O deus do anticristo (2)

Na primeira parte vimos o deus do anticristo (o deus das forças - Dn 11:38) de um ponto de vista da crença religiosa. Mas é certo que o deus do anticristo (o cristo cósmico), que a todos abrange, não se manifesta apenas no âmbito religioso, ele também pode ser percebido na ciência, como será o objeto de estudo dessa postagem. Para ver a primeira parte clique aqui.

Para entender a definição de um deus pós-moderno é importante compreendermos o fenômeno do naturalismo. Muito embora esse "Deus", ao meu ver, é de qualidade imanente, ou seja, "Deus dentro de si" (falaremos mais sobre na sequência), compreender a dimensão desse em um ambiente externo (fora do homem, na "natureza das coisas" [1]) é de igual relevância para a nossa compreensão. Isso se dá devido ao fenômeno de "inversão polar" (ver) já conhecido do blogue.

O naturalismo enquanto fundamentação teórica é encontrado nos escritos filosóficos pré-socráticos a respeito do seu principal objeto de estudo: o cosmos, a Natureza. A principal herança que este movimento traz para a definição do divino em nossos dias é a "limitação do cosmo" que essa divindade possui; a racionalização do divino, que também reflete no desprezo ou desconsideração de um mundo espiritual (e portanto a crença de que "o Paraíso é aqui"), fazendo do culto à natureza o elemento de harmonia do humano com o celestial.

"Deus" para o Naturalismo assume o papel de força organizadora do Universo, distinguindo-se do ateísmo materialista dialético. Na prática, as contribuições do pensamento naturalista para a estruturação do conceito de divindade está presente nos estudos científicos mais recentes na parte do universo desconhecido ("partícula de Deus", estudo minucioso da anti-matéria e matéria escura), tal como nas políticas públicas globais referentes ao ecologicamente correto da Hipótese Gaia.

[1] De Rerum Natura, traduzido como "Sobre a Natureza das Coisas". É um poema escrito pelo filósofo Lucrécio com o intuito de apresentar a sua teoria física atomista tal como a sua filosofia moral epicurista. 

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