terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A economia não-materialista materialista da Ordem Mundial de Baha'u'llah

Fomos informados de que tu proibiste o tráfico de escravos, tanto de homens como de mulheres. Isso, em verdade, é o que Deus ordenou nesta Revelação maravilhosa. Deus, em verdade, te destinou uma recompensa por isso. Epístola de Baha'u'llah à Rainha Vitória
Já é do nosso conhecimento [1] que a Rainha Vitória, tal como o modelo de governo britânico, foi de muito agrado aos olhos do cristo cósmico Baha'u'llah. A iniciativa da mesma em proibir o tráfico de escravos (os chamados navios negreiros) teria sido pela própria inspiração da vinda desse mensageiro divino.

Um dos princípios sociais da Ordem Mundial de Baha'u'llah é a eliminação dos extremos de riqueza e pobreza. Não se sabe como e sequer se tem (pelo menos não publicamente) um modelo concreto de economia que seria capaz de eliminar tais extremos. O que a comunidade baha'i vem realizando são diálogos e discussões com o propósito de chegar a um consenso. Mas basicamente o que se têm em mente é que o que ocasionam os extremos de riqueza e pobreza é uma visão materialista do mundo [2]. Acabar com os extremos seria possível aplicando o princípio de uma economia divina - não materialista.

Acontece que a parcela (1% da população total) de mega-bilionários que concentram 50 porcento da renda (não esquecer que boa parte disso é capital especulativo) também estão preocupados em uma justiça econômica, tanto que patrocinam generosamente, quando aparece de tempos em tempos, movimentos radicais de esquerda para "ver se o trem da certo mesmo".

Em suma, vai partir do ponto de vista a "materialidade" do sistema. Enquanto Baha'u'llah viu com louvor a diplomacia britânica na luta pelo fim do tráfico negreiro, a História nos afirma que foi uma ação deliberadamente visando o lucro imediato, além do intuito cde criar uma nova classe de trabalhadores (os antigos escravos) que passariam, em um futuro, se tornar massa consumidora.
“os homens públicos da Grã-Bretanha puseram mãos à obra, fazendo o possível para liquidar com o tráfico negreiro, combate este que além de impedir a concorrência do nosso açúcar ao de sua produção nas Antilhas, tinha o mérito de lhe possibilitar fabulosos lucros ” (LEITE, 1998, p.16)


[1] http://apocalipsetotal.wordpress.com/2010/08/04/os-principios-sociais-da-nova-ordem-mundial-%E2%80%93-final/
[2] http://www.bahai.org.br/secext/arquivos/14-5-2012/BIC-Declaracao-CSD-50-fev-2012.pdf

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