sábado, 26 de abril de 2014

Subirá, e se tornará forte com pouca gente

Dn 11:23

É muito comum quando nos deparamos com materiais que tratem da conjuntura final do mundo em um dado "cenário profético", esses darem ênfase na soberania de algumas nações frente outras. Há um grave problema quando a situação é visualizada tão somente por esse ângulo. Acontece que neste o qual estamos adentrando é um cenário de "ordem mundial" e nele existe uma certa tendência de organização elitista a partir de lealdades supranacionais

Essas lealdades são fundamentadas, a primeiro momento, em um plano maior resumido pelo mantra da nova era: "fazer deste um mundo melhor". Nesse contexto, todos os que desejam "fazer deste um mundo melhor" são englobados. Não são consideradas as diferentes maneiras de se ver este "mundo", mas prevalece a semelhança em querer mudá-lo.

Esse é o pensamento que sustenta a mentalidade revolucionária, além de a fazer ser uma reencarnação do gnosticismo da antiguidade tardia. Ambas compreendem estar vivendo em uma realidade opressora criada, seja por um Demiurgo no caso do gnosticismo da antiguidade tardia, seja por uma construção social preconceituosa/injusta no caso do neognosticismo na mentalidade revolucionária. 
Para se aderir a essas lealdades não é muito difícil, muitos até o fazem sem perceber. O processo é semelhante ao que escreveu George Bataille (grifos meus):
Do comunismo podemos dizer que é a ação por excelência, ele é a ação que muda o mundo. Nele o objetivo, o mundo mudado, no tempo por vir, subordina a existência, a atividade presente, que só tem sentido como objetivo visado, este mundo precisa mudar. A respeito disso, o comunismo não levanta nenhuma dificuldade de início. Toda a humanidade está disposta a subordinar o tempo ao poder imperativo de um objetivo. Ninguém duvida do valor da ação e ninguém questiona a autoridade última da ação. (A Literatura e o Mal, p. 131)
O gayzismo, o feminazismo, o abortismo, o eugenismo, o ecofascismo, o neo-ateísmo, o naturalismo, o cientificismo, etc., todas essas abas políticas de lealdades supranacionais possuem uma raiz comum e foram originados com o fracasso do comunismo do século XX. Pode ser que estes "ismos" sejam notados numa mesma pessoa, mas não necessariamente.

A mentalidade revolucionaria se funda, tal como se mostra no trecho exposto acima, em um mundo mudado, no tempo por vir, que subordina a existência, a atividade presente, ou seja, as ações de hoje são fundamentadas a partir de uma ideia futura, em que ninguém questiona a autoridade última da ação, legitimando todo o meio para atingir-se o objetivo.

Essas vertentes políticas mencionadas são as que darão legitimidade à ação do executivo internacional, estabelecido por um corpo executivo mundial.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O primeiro genocídio do Século XX

 ...completa 99 anos

Sete anos depois da Revolução dos Jovens Turcos com o comando de Mustafá Kemal libertar presos políticos e religiosos encarcerados pelo Império Otomano, dentre os quais estava 'Abdu'l-Bahá, os jovens revolucionários cometem aquele que é considerado o primeiro genocídio do século vinte.

Estima-se que cerca de um milhão e meio de armênios foram mortos pelos jovens turcos revolucionários logo os mesmos suscitarem um esforço para desarmar todo o povo armênio da região.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O efeito glasnost do Marco Civil

Depois de anos em discussão na Câmara, apenas nos últimos dias antes da decisão definitiva, o projeto do Marco Civil ganhou notoriedade e passou a ser discutido também pela sociedade civil. Talvez "discutido" seja um termo incorreto para essa ocasião, que mais uma vez confirma aquilo que já venho afirmando há algum tempo, no que diz respeito às notícias e de como elas estão apenas servindo para polarizar a opinião pública.[1]

De fato, não houve uma discussão. Ocorreram agregados de opiniões prós e contras que iam se acumulando com "pessoas esclarecidas", além de criar uma camada de pessoas que não fazia ideia do que realmente significava o tal do Marco Civil.

Por que glasnost?


Se você for tentar rapidamente, pela internet, descobrir o que é glasnost, certamente perceberá que o termo está atrelado à noção de "liberdade de expressão" e "abertura política". Isso se dá porque o termo ficou mundialmente conhecido a partir das políticas de cunho reformista na estrutura da União Soviética nos seus últimos anos, por seu líder Mikhail Gorbatchev.[2]


É exatamente essa impressão que o Marco Civil quer passar para aquele que "livremente decide entendê-lo". Segundo [3] Ion Pacepa, a utilização do termo glasnost precede os anos finais da União Soviética, e era usado nos regimes comunistas como um codinome de uma ferramenta de inteligência ultra-secreta da ultra-secreta “ciência” negra de desinformação.

Assim, o Marco Civil, de que civil não tem nada, é sancionado com um efeito glasnost com o propósito de se tornar um marco na história das relações em rede. O que acontecerá futuramente que seja uma ação direta do Marco nunca saberemos, nem quando ocorrer, já que se tiver um caráter antidemocrático, oposto à sua imagem inaugural, nunca se admitirá que foi devido ao mesmo.



Notas

[1] As notícias, muito mais do que meios de doutrinação, estão servindo para dividir a sociedade em polos extremos de opiniões. ver: http://blogestaporvir.blogspot.com.br/2014/01/homofobia-rolezinho-e-inadimplencia.html
[2] Último líder soviético. ver:http://pt.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Gorbatchev
[3] Ion Mihai Pacepa é autor dDisinformation: Former Spy Chief Reveals Secret Strategies for Undermining Freedom, Attacking Religion, and Promoting Terrorism. ver: http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/comunismo/14670-lenin-stalin-ceausescu-obama-como-os-lideres-marxistas-escondem-o-seu-passado.html

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Imanentização: para que um pintor se podemos nos pintar?

Um castelo, jardins floridos e uma floresta ameaçadora, isso foi o que, por razões misteriosas, um pintor deixou incompleto. Três tipos de personagens vivem nesta pintura: os Toupins, que são totalmente pintados, os Pafinis, parcialmente pintados, e os Reufs, que possuem apenas algumas marcas de contornos esboçados. Considerando-se superiores e agraciados pelo pintor, os Toupins possuem o poder, perseguem o Pafinis, e escravizam os Reufs. Convencidos de que somente o pintor pode restaurar a ordem terminando a pintura, um Toupin diferente, uma Pafini aventureira e um Reuf resmungão vão à procura dele. Ao longo da aventura, tentarão sanar suas dúvidas: O que aconteceu com o pintor? Por que ele os abandonou?

A animação francesa O Quadro (Le Tableau) de 2011 traz consigo um conjunto de conceituações mundividenciais próprias dos movimentos místico-religiosos já tão abordados no blogue. O Filme ilustra bem a noção de construção do Reino de Deus na terra pela imanentização em prol da causa de igualdade. 

A realidade é uma obra inacabada

O Quadro da animação é um microcosmo da nossa realidade e assim como tal estava inacabado também a obra do Criador (Pintor) está. Uma coisa interessante destacar é que aquilo que ainda faltava para a obra estar completa não estava na paisagem (natureza), mas nos personagens (Pafinis e Reufs). Esse é o elemento que faz esses movimentos mistico-religiosos estarem engajados socialmente falando num contexto mundial.

O determinismo

O fato da obra estar inacabada acabou por acarretar numa divisão de classes por base nos "níveis de detalhes pintados" presentes nas personagens. Isso fez com que a classe dos Toupins, com maior nível de detalhes pintados, fizesse uso deste determinismo fatalístico para se afirmarem como privilegiados da parte do Pintor e assim morarem no castelo, discriminar os meio pintados, os Pafinis, e escravizar os esboços, os Reufs.

A volta do Pintor

Havia entre as classes dos não inteiramente pintados a crença de que um dia o Pintor tornaria a pintar o quadro, colocando todos em pé de igualdade de detalhes. Essa crença era ridicularizada pelos Toupins, exceto pelo apaixonado Ramo, o qual acreditava que um dia o Pintor completaria a pintura na Pafini pela qual era apaixonado. 

Como o Pintor tardava a voltar, e após um grupo composto pelo Toupin Ramo, um Reuf resmungão e uma jovem Pafini aventureira excederem os limites os quais ninguém até então havia ultrapassado, depois de fugirem das tropas dos Toupins, decidem prosseguir em busca do Pintor.

Essa é uma perfeita ilustração do conceito de imanentização escatológica: Os personagens tinham uma crença no regresso do Pintor (Eschaton), mas como tardava o artista, eles decidiram ir de encontro a Ele (trabalho imanentizante). 

 A união pela transcendência

O personagem principal, o Toupin de nome Ramo, apesar de pertencer à classe alta, se importa com as demais classes e tenta encontrar o Pintor. Essa ação, de negar as bonanças da vida de casta superior em nome da busca do favor divino, foi comum aos manifestantes solares como Siddhartha, Moisés, Krishna, Mirza Husayn, todos esses nasceram em uma linhagem social superior e optaram por serem mensageiros da luz divina.


Os três personagens, e mais tarde o pequeno soldado também, se unem com um mesmo intento: achar o Pintor. O Pintor estava fora da realidade dos Quadros, estava transcendente à sua criação. O princípio que a fé Baha'i se utiliza para sustentar a ideia de unidade das religiões está na transcendência divina (ver), o mesmo conceito utilizado pela chamada Filosofia Perene. Acontece que essa noção de unidade transcendental das religiões é apenas um simulacro que nivela as religiões por um conceito que já está a se perder no tempo. Os personagens não encontraram o Pintor, apenas sua representação em um autorretrato.


A solução


Apesar do fator que uniu os personagens ser a busca do lado de fora pelo Pintor, a solução para o problema da irregularidade da pintura eles encontraram do lado de dentro da própria realidade da pintura. Se a união das religiões é alcançado pelo elemento transcendental da divindade, é na imanentização que a solução dos problemas de fato é encontrada. Os personagens percebem que eles mesmos tinham a capacidade de mudar a realidade, desistiram da busca pelo Pintor e decidiram procurar diretamente a tinta.

Conclusão

A marca da besta na mão direita do homem é ação imanentizadora do processo escatológico, passando ao homem a responsabilidade da construção de novos céus e novas terras. A marca de Deus na fronte dos escolhidos é a fé e a certeza (a fé não possui incertezas) de sua salvação por intermédio unicamente de Jesus Cristo. O homem contemporâneo tem fobia da fé por isso coloca toda a sua confiança em si mesmo e na força de seu braço.
Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor. Jeremias 17:5-7

sábado, 12 de abril de 2014

O Multiculturalismo Emancipatório

As relações interculturais, resultado direto de um mundo globalizado, trouxeram consigo certas manifestações provenientes de uma busca por identificação (contraste) de determinadas culturas, que a longo prazo se transformaram em racismo, xenofobia, etnocentrismo, face às outras. Em oposição a essa tentativa de alcançar uma identidade cultural particular dentro de uma comunidade, surge a sociedade multicultural.

Nossa sociedade contemporânea, a qual é ela mesma em dimensões macrocósmicas a reencarnação da torre de babel e, como tal, com o intuito de não ter sobre si o mesmo fim da original, está a procurar mecanismos que assegurem uma boa relação entre os povos. Nesse sentido, não é apenas o problema linguístico, como foi na torre de babel inaugural, que ameaça abalar a construção da "cidade celestial", mas também uma infinidades de outras manifestações culturais. 

O Pluralismo Cultural enquanto um arranjo espontâneo de uma sociedade qualquer traz um crescimento saudável e natural a esta mesma. Mas há um gravíssimo problema quando esse se torna uma manobra engenhada por uma elite reguladora social, com propósitos maquinados por esta. Essa engenharia social é sustentada pela noção de Multiculturalismo Emancipatório[1], na qual a emancipação gira em torno dos conceitos de harmonia e tolerância.

O Multiculturalismo é, portanto, a ação de uma elite política em uma comunidade onde:

1/ no caso de essa ser monocultural e essa cultura predominante ir contra os interesses progressistas dessa elite, haja um esforço em quebrar a hegemonia dessa cultura; 

2/ no caso de essa já ser multicultural em sua formação, haja um esforço em tornar as culturas atuantes cada vez mais hibridas e com mais elementos sincréticos, em pontos estratégicos dessa cultura, como a crença religiosa por exemplo.

Tomemos como exemplo o Estado Brasileiro da Bahia, lugar onde templos acolhem católicos e adeptos de religiões afro-brasileiras harmoniosamente, tornando-se um referencial para o restante do mundo. Nessa hora, é impossível não lembrar das palavras de Abdu'l-bahá:  
[...] a cidade da Bahia, situada na costa leste do Brasil. Devido ao fato de ser conhecida por este nome há algum tempo, sua eficácia será muito potente [...]  esta cidade foi batizada pelo nome de BAHIA e isso foi, sem dúvida, através da inspiração do Espírito Santo…
Em suma, o neo-gnosticismo das elites políticas busca alcançar a emancipação (social, econômica, espiritual, etc) da humanidade que esbarra na ideia de salvação do gnosticismo da antiguidade tardia. Essa nova cara do gnosticismo é essencial para a consolidação da Nova Ordem Mundial de Baha'u'lláh, sobretudo por este prometer a salvação coletiva, imanente e terrena.

Nota:

[1] Termo originalmente criado por Boaventura de Souza Santos.

Fontes:


http://www.curriculosemfronteiras.org/vol3iss2articles/boaventura.pdf
http://www.gpmina.ufma.br/pastas/doc/Multiculturalismo%20e%20Sincretismo.pdf

http://apocalipsetotal.wordpress.com/2010/07/08/a-bahia-e-o-coracao-espiritual-da-nova-ordem-mundial-no-brasil/

terça-feira, 8 de abril de 2014

Filme Noé confirma tendência Hollywoodiana

Hollywood parecia ter criado uma tendência em seus filmes que pode ser ratificada na produção cinematográfica Noé: a presença de um fundamentalismo religioso envolto no pensamento ecologicamente correto. Filme divide a terra em comedores de carne e abridores de buracos contra vegetarianos comportados.

Todos os filmes que seguem essa tendência do pensamento ecológico da Teoria Gaia possuem um enredo escatológico. A teoria Gaia ou Hipótese de Gaia admite o planeta Terra como um grande e único organismo vivo que por intermédio de seus componentes físicos mantém sua estabilidade homeostática. A Terra sendo ela por ela mesma capaz de se manter em equilíbrio, uma desregularidade desse sistema só poderia ser causado por um agente parasita como o ser humano, que comprometeria toda a sua estrutura e a sua continuidade.

A intervenção do mau ocasionando a quebra da ordem de alguma estrutura requer um retorno a essa ordem com precisas punições aos culpados. Essa receita clichê dos filmes hollywoodianos agora é endossada com elementos místico-ecológicos em que os pecados das personagens são baseados em um fundamentalismo moral sustentável. Mais do que puramente escatológicos, os enredos desses filmes são purificacionistas[1] na medida em que o castigo vem sobre os "pecadores" para purificar a humanidade (limpeza astral).

No filme de 2010, Mistério da Rua 7, o plano de fundo para a purificação escatológica da Terra foi uma lenda do início da colonização inglesa no Novo Mundo, em que um grupo de colonos havia desaparecido misteriosamente deixando para trás roupas e outros objetos. Diz a lenda que isso foi a ação de um demônio indígena que ainda havia deixado sua assinatura: a palavra "croatoan" no casco de uma árvore. No filme, essa entidade indígena, o qual condensa todo o suposto sistema imunológico da Terra da Hipótese Gaia, se livra dos pecadores "arrebatando-os" e os fazendo desaparecer.

Inclusive, a cena (ao lado) da personagem principal após acordar e verificar que toda a cidade havia desaparecido deixando para trás roupas, carros e um ponto de interrogação, é bastante utilizada em vídeos que pretendem explicar "como será o arrebatamento da igreja", talvez sem o seu autor saber que se trata na verdade de uma ilustração de uma limpeza astral do sistema imunológico de Gaia para restabelecer a ordem ecológica.

Essa tendência não nasceu em Hollywood, na verdade apenas reflete o que é a performance do cientificismo e da agenda ambiental globalista.

Apesar do contexto ecologicamente correto do filme, as personagens "boazinhas" para Gaia usavam roupas de pele de animais. Isso não computava como ação danosa à natureza nem estragava a relação com "O Criador". 
K9. Pelos de animais não vos invalidam a oração, nem nada que já não tenha espírito, como ossos e coisas semelhantes. Podeis vestir pele de zibelina, assim como usais a de castor, de esquilo e de outros animais. Baha'u'llah em  Kitab-i-aqdas

Nota

[1] Purificacionismo foi um termo desenvolvido no ensaio “Purificando o Mundo: O que pretende a nova ideologia radical” de Ernest Sternberg, professor da universidade de Bufallo, Estados Unidos

Fontes

http://cinegnose.blogspot.com.br/2011/03/o-misterio-da-rua-7-quando-religiao-se.html
https://espectivas.wordpress.com/2010/07/07/o-neopuritanismo-ou-o-purificacionismo-1/

sábado, 5 de abril de 2014

Traduzindo os princípios da Nova Ordem Mundial - Parte 1

Eliminação de todas as formas de preconceitos - Ceticismo Moral

Quado nos deparamos com uma afirmação que compreenda uma totalidade é sempre bom ficarmos com um pé atrás, e em sentido estreito a primícia de "eliminar todas as formas de preconceito" deve nos deixar em alerta máxima. Afinal, quais as formas de preconceito existentes? Preconceito de Raça, de credo, de pátria, de sexo, de classe... Essas formas eram as que estavam em evidência quando Baha'u'llah no século XIX estabeleceu os princípios de sua ordem mundial e conquista da unidade da humanidade.

Porém não podemos pensar que esse princípio se limite apenas a essas formas de preconceitos já tão abertamente discutidas. Hoje por exemplo já não se satisfaz a ideia de que exista um preconceito de sexo, mas com a introdução da concepção de identidade de gênero os esforços devem ser concebidos para uma acomodação igualitária de toda e qualquer manifestação do mesmo. Mas para que isso possa ocorrer, antes é necessário a ruptura com estruturas fixas (no caso, masculino e feminino) e padrões já preestabelecidos. Vejamos esta fala da feminista Judith Butler.
“… O gênero é uma representação … porque não há nem uma “essência” que o gênero expresse ou exteriorize, nem um ideal objetivo em relação ao qual o gênero aspire; e porque o gênero não é um fato, os diversos atos do gênero criam a ideia de gênero, e sem esses atos, não haveria gênero. Gênero é, portanto, uma construção …”
Mas a admissão da ideia pela qual afirma que o gênero é uma construção social é apenas a base para a aplicação do ceticismo moral a qual se transforma o principio da eliminação de todas as formas de preconceito. Se ser homem ou mulher, macho ou fêmea é apenas uma afirmação moral, ninguém é obrigado a aceitar/acreditar/seguir tal afirmação.

O ceticismo moral trabalha com a ideia de que todas as afirmações morais são falsas, logo se socialmente eu sou afirmado como homem simplesmente por uma construção moral (como  explica a ideologia do gênero), essa afirmação é falsa e estou livre para encontrar uma autoafirmação.

Esse mesmo processo se dá em outras circunstâncias e não descarto a possibilidade de uma defesa à pedofilia dentro de um Parlamento Mundial tendo por base a eliminação de todas as formas de preconceito. Em suma, a afirmação da eliminação de todas as formas de preconceitos com a tendência do mundo moderno só se torna possível eliminando todos os possíveis conceitos de acordo com os interesses da elite global.