quarta-feira, 13 de maio de 2015

A identificação do transgressor na Nova Ordem Mundial (2)

Uma campanha publicitária em Hong Kong quis mostrar a face dos inimigos da Terra. Nomeada de The Face of Litter (clique aqui e veja o vídeo), o projeto consistiu em uma reconstrução facial dos "poluidores" através do DNA deixado nos detritos. Esses rostos foram expostos como 'culpados', não houve inquérito, não houve julgamento, senão o cientificista do software.

Vejamos o raciocínio da campanha:

A poluição das ruas é uma epidemia em Hong Kong.

A ciência pode ajudar a prevenir essa conduta? 

Essa mesma lógica foi o raciocínio fundante da criminologia positivista de Lombroso, Garofalo e Ferri do final do século XIX e início do XX. Lombroso tratou de mostrar a face do criminoso, em contato com penitenciários ele quis, através de um estudo científico, mostrar quais as características físico-anatômicas do homem delinquente. Garofalo rejeitou a discussão em uma procedimentalidade judicial, se tem seu DNA no cigarro abandonado é porque você o fumou e o jogou deliberadamente na rua, ou seja, culpado. Ferri exaltou um esforço científico experimental para a prevenção da conduta criminal.

A máxima cientificista é a de que "a ciência resolve todos os problemas da humanidade", mesmo os de cunho social. Se o planeta está doente, pensam os cientistas, cabe à ciência encontrar o seu mal e curá-lo.

Embora possa parecer apenas uma campanha publicitária, esta reflete o pensamento ideológico do ambientalismo da Nova Ordem Mundial na busca pela eliminação "daqueles que ferem a Terra". A liberdade do cidadão geral vai sendo restringida — o que autoriza a manipulação do meu DNA?  até a instauração de uma sociedade orweliana, onde há vigilância não só na lente da câmera, mas também na lente do microscópio.

E aqui no Brasil? No Brasil,  a lei nº  12654 de 2012 sancionada pela presidente Dilma Rousseff autoriza que a identificação criminal possa incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético, para que sejam armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. Mas nós não devemos nos preocupar, não é? Já que isso só vale para criminosos...