sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Negação da Linguagem (2)

A pesquisadora do IPÊ Patrícia Medici e o veterinário e ilustrador Ronald Rosa lançaram em Janeiro um movimento em favor de animais que sofrem por terem seus nomes utilizados pelas pessoas de forma negativa. A ideia teve origem no trabalho educativo da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, coordenada pela pesquisadora, que, dentre várias ações, busca conscientizar a população sobre a importância da espécie e desmistificar a ideia de que "anta" significa um ser sem inteligência. (Daqui)
Ainda no assunto da linguagem, trago esse caso do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), no qual pretende-se "desmistificar" as imagens negativas de alguns animais. O intuito alegado é "rebater" o costume brasileiro de utilizar "anta" como forma de insulto, mas o que se está a "rebater", na verdade, é a linguagem que prevalece em toda a cultura ocidental. Explico.

Mas antes que você vá pensando que uma campanha como essa tenha surgido da espontaneidade, leia este artigo de Olavo de Carvalho.

Voltemos ao caso. 

Na frase: “O porco merece esse nome porque é um animal sujo.” Temos como significante o substantivo “porco” e como significado “animal sujo”.

Partindo então do princípio do linguista Ferdinand de Saussure, segundo o qual afirma que os sons que compõem uma palavra são totalmente arbitrários e nada têm a ver com o significado, o substantivo “porco” é uma palavra convencionada, e em vez de “porco” poderíamos chamar de “geladeira” ou “matemática”, ou outro nome qualquer. Contudo, a palavra “porco” acaba designando não só o animal como também a sua característica de ser um animal sujo, tudo isso devido a uma escrita fonética (que prevalece em toda a cultura ocidental) que nos induz uma imagem mental.

Quando usamos "porco" no sentido "negativo" é porque o substantivo “porco” passou a ser um adjetivo que existe em função de uma realidade que é a de que o porco é, normalmente em seu chiqueiro, porco (sujo). O que se está pedindo é que ignoremos a realidade e digamos que o porco é limpo (Ah! Mas há porquinhos que vivem asseados). Essa campanha (que parece ter Derrida como padrinho) pode chegar a conclusão de que o simples fato de dizermos que o porco é porco é resultado de uma “dominação” do significado em relação ao significante, o que é resultado de uma a escrita fonética presente na linguagem de toda a cultura ocidental e não somente "no costume brasileiro". Podemos retirar daqui a conclusão de que existe uma “linguagem de dominação” sobre o coitado do porco, da anta (se bem que há sim, quando chamam de anta a Dilma), do burro, da baleia. Se essa lógica pode ser utilizada com os bichos, imagine o que ela não pode fazer com "questões complexas da vida humana", como os intelectuais dos movimentos revolucionários gostam de falar.

Esta postagem foi elaborada a partir deste artigo do blogue Perspectivas.

domingo, 19 de julho de 2015

A Negação da Linguagem

Antes de entender como a linguagem tem sido tratada em nosso tempo pela elite de intelectuais neognósticos, a fim de avançar a agenda da Nova Ordem Mundial, é preciso que entendamos o avanço desse pensamento, por sua natureza anti-cristã, desde as heresias gnósticas dos primeiros séculos depois de Cristo.

A escola gnóstica de Basílides pregava uma negação da linguagem, pois ela seria insuficiente para o alcance da salvação, já que a linguagem sendo produto da experiencia de uma realidade cósmica ilusória era ela também ilusória e, portanto, instrumento de dominação de um demiurgo (ou Arconte). A saída, segundo o que se receitava aos iniciados, era a negação da linguagem a partir de um estado de suspensão. Para Basílides, o Absoluto é o Não-Ser, pois ele não pensa ou percebe nada, fica além do pensamento discursivo.

O movimento revolucionário moderno parte do mesmo principio de negação da realidade. A linguagem não escapa: é mais um mecanismo de reprodução das relações de dominação. No lugar do demiurgo estão as tradições, os costumes, as especificações de gênero, a cultura judaico-cristã etc. Mas se os gnósticos antigos buscavam um escape da linguagem, através do silencio absoluto por exemplo, o movimento revolucionário moderno não se cala, mas busca a conversão da linguagem da dominação para a linguagem da inclusão.
Movimente Revolucionárie luta por ume linguagem mais inclusiva, para que todes possam ser respeitades.
Podemos resumir esse raciocínio da seguinte forma: 

1. os gnósticos antigos negavam totalmente a 'realidade' da linguagem e procuravam escapar para o 'além', através de um estado de suspensão;

2. os gnósticos modernos negam a 'realidade' da linguagem e tentam impor sobre ela a ordem do 'além' (por uma critica destrutiva da sociedade) em uma 'realidade transformada'.

Por "ordem do além" entenda-se o mundo paralelo inventado pelos ideólogos e entendido como o produto da ação revolucionária: o "mundo melhor", a "reconstrução do paraíso", "o reino de deus na terra", a "plenitude dos tempos" etc. 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Dos próximos passos da diversidade

O movimento gay já parece estar bem encaminhado, ainda mais agora com a Suprema Corte estadunidense aprovando a "união homoafetiva" em todo seu território e a comemoração mundial colorida via facebook. Agora é hora das asas da liberdade e da diversidade alcançar voos maiores.

Antes da homossexualidade ganhar ativismo científico, em questões como a origem genética por exemplo, clamava-se por uma discutibilidade do assunto. Quanto a isso ainda vale lembrar daquelas etapas para mudança de comportamento já tão discutida e normatizada que ela mesmo serve de exemplo para si.
University Academics Say Pedophilia Is ‘Natural, And Normal For Males To Be Aroused By Children’
Um primo do movimento homossexual (falo do movimento e não da "orientação") é o movimento pedófilo, ambos foram impulsionados pela tal revolução sexual da década de sessenta, porém com maior sucesso do primeiro.

Nesse sentido, aqueles que defendem a discutibilidade não pretendem tomar partido, pelo menos não de forma ríspida. Até pela questão da primeira negação do público, o debate inaugural é predominantemente o do rechaçamento. Como podemos ver por exemplo neste link. O caráter plastificado dessa experiencia é mais uma pista da ideia de que "a discussão é que importa".

O politicamente correto só chega a uma conclusão: este post também entra no ciclo de discussão e acaba ajudando para que a legalização da pedofilia ocorra mais rápido, já começando a vê-la como inevitável. Acontece que devemos saber diferença entre a discussão acerca da pedofilia (e sua possível normatividade) com a denúncia pública.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Traduzindo os princípios da Nova Ordem Mundial - Parte 3

Educação Universal Compulsória - Educação Revolucionária

Um dos alicerces da Nova Ordem Mundial concebida por Baha'u'llah (e posteriormente por 'Abdu'l-Bahá e Shogi Effendi) é a sua economia divina. Uma economia que una a todos do mundo não apenas material, mas espiritualmente. Para que isso venha a acontecer é necessário um grau de integração entre os povos muito grande, grau este que ainda não foi alcançado. E para alcançá-lo é antes preciso que a ideia de uma consciência coletiva, em nome da unicidade, seja partilhada por todo o mundo.

Para que isso venha a acontecer é preciso uma mudança estrutural na mente do cidadão global. Tal mudança deve acontecer por meio de uma educação que permita uma revolução psicológica. Essa educação pretende emancipar o homem das tradições, dos regionalismos, das autoridades (como a da família e a religião) e de tudo aquilo que ilude-o a pensar em uma consciência individual e impede-o de alcançar a unicidade.

A Unesco publicou, ainda em 1964, um trabalho: "A modificação das atitudes". A linguagem é aquela já conhecida para quem acompanha o blogue.
A Unesco, que persevera na sua ação em favor dos direitos do homem e que, ainda, participa com trabalhos científicos na luta contra o preconceito e a discriminação, já há tempos considera a importância que tem o estudo da modificação das atitudes para as atividades educativas que visem a combater todas as formas de discriminação.
Parte 2
Parte 1 

Referencias:
Krishnamurti e a revolução psicológica
Maquiavel Pedagogo ou o ministério da reforma psicológica